Este Blog faz parte do projeto Estudos sobre Design. Seu conteúdo foi desenvolvido a partir de seminário da disciplina Introdução ao Estudo do Design, vinculada ao curso de Bacharelado em Design da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), sob orientação do Prof. Dr. Rodrigo N. Boufleur
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Nomes importantes do Design

Alguns dos nomes mais expressivos do início da fase industrial do design, na verdade, não eram designers, e sim, artistas. Nesse post contaremos um pouco de suas histórias e de suas realizações como designers durante a Revolução Industrial.


Charles Le Brun 

Educação: Academia Real de Pintura e Escultura
Período: Barroco 
Obras: Resemblances, Amazing Faces...
Filiação: Julienne Le Blé, Nicolas Le Brun

Charles Le Brun, também dito Lebrun, nasceu em Paris, em 24 de fevereiro de 1619. Iniciou sua formação com o pintor Guillaume Perrier e prosseguiu com Simon Vouet. Em 1642 viajou a Roma e ao longo dos quatro anos seguintes estudou as obras de seu compatriota Nicolas Poussin e dos decoradores barrocos italianos, entre os quais Pietro da Cortona. De volta a Paris, Le Brun foi encarregado da direção de grandes obras decorativas e religiosas. Protegido de Nicolas Fouquet, ministro das Finanças, e mais tarde de Jean-Baptiste Colbert, recebeu em 1661 a primeira encomenda, para Luís XIV, quando pintou "A tenda de Dario", início de uma série de telas sobre a história de Alexandre o Grande. O êxito da obra valeu a Le Brun a nomeação para o cargo de primeiro pintor real. A partir daí, ocupou cargos de grande importância na vida artística da França.

Em 1663, assumiu as funções de diretor dos Gobelins, uma pequena fábrica de tapetes que se tornou fornecedora de quase todas as casas reais da Europa. A função de Le Brun era a de inventeur, ou seja, criador das formas a serem fabricadas. Ele projetava um objeto e a partir dele criava o desenho, que serviria de base para que os mestres-artesãos de suas oficinas fabricassem artigos, como coches, tapeçarias e móveis, em diferentes materiais. (CARDOSO, p. 29)    

 A partir da década de 1660, a decoração de todos os palácios, sobretudo o de Versalhes, foi feita pelo ateliê de Le Brun. Reorganizou a Academia de Pintura e Escultura e criou a Academia Francesa, em Roma. Essas instituições conferiram à arte francesa sua homogeneidade característica. Com a morte de Colbert, em 1683, Le Brun continuou a receber apoio do rei até morrer, em Paris, em 22 de fevereiro de 1690.
Como pintor, desenhista e árbitro da produção artística na França na segunda metade do século XVII,  Le Brun foi um dos maiores responsáveis pela criação de um classicismo homogêneo e acadêmico, cuja influência se estendeu por toda a Europa.



John Flaxmann

John Flaxman (York, 6 de julho de 1755 – Londres, 7 de dezembro de 1826), foi um escultor, ilustrador, professor, ensaísta e desenhista do Neoclassicismo da Inglaterra.

Seu pai, de nome também John, era um escultor. Quando criança teve uma saúde delicada e pouca educação, sendo largamente um autodidata. Os clientes de seu pai tinham simpatia pelo menino, e lhe deram ajuda com livros, conselhos e mais tarde com encomendas. Entre seus admiradores estavam George Romney e Mr. Mathew, em cuja casa entrou em contato com a intelectualidade londrina, incluindo William Blake e Thomas Stothard, que se tornaram seus amigos íntimos. Com 12 nos ganhou o prêmio da Society of Arts por um medalhão esculpido, passando a expor seus trabalhos ao público. Com 15 anos um segundo prêmio lhe abriu as portas da Royal Academy. Iniciando lá seus estudos avançados, logo ganhou uma medalha de prata. Nestes anos também tentou a pintura.

Aos 19 anos, foi empregado por Josiah Wedgwood, trabalhando como free-lancer por quase duas décadas, para ser modelador de frisos, relevos, vasos e medalhões clássicos, gêneros onde conquistou sua fama, executando também alguns bustos e monumentos fúnebres, além disso, produziu em Londres e em Roma desenhos para serem executados na Etrúria, fábrica inaugurada por Wedgwood em 1769, que produzia vasos e peças decorativas inspiradas na Antiguidade, ou seja, peças de luxo, algumas únicas, que se diferenciava do resto do mercado (CARDOSO, p. 23). 

Casou-se em 1782 com Anne Denman, que se tornou uma valiosa assistente em seu trabalho. Em 1878 viajou para Roma, retornando em 1794 como um artista admirado por Canova, Fuseli e Schlegel, continuando a produzir para os salões da Academia inglesa e para encomendas privadas importantes.

Em 1800 tornou-se membro pleno da Royal Academy, e em seguida assumiu uma cátedra de escultura especialmente criada para ele. Foi professor respeitado e seus ensinamentos foram impressos várias vezes. Também escreveu vários artigos sobre arte e arqueologia e produziu ilustrações para poemas de Milton, Homero, Hesíodo e autores chineses. Faleceu considerado um amigo dedicado, um homem amável, honrado e modesto, e um artista genial.

Alfred Stevens

Alfred Geoge Stevens (1817 – 1875), foi um escultor, designer e pintor que nasceu em Blandford Forum, em Dorset, Inglaterra. Seu pai era decorador e marceneiro. Aos 10 anos, começou a trabalhar como assistente de seu pai na oficina. Contudo, com a generosidade do vigário local pôde ir para a Itália, onde passou 9 anos estudando em Nápoles, Bolonha, Siena, Pompeia, Capri, Roma, Milão, Veneza e Florença, estudando por um tempo na Accademia di Belle Arti. Em 1841, Bertel Thorvaldsen contratou-o para trabalhar por um ano em Roma.

Depois de um período significativo de estudo e formação, Stevens retornou a Inglaterra. Em 1845, recebeu a posição de tutor na School of Design em Somerset House, Londres, onde ficou até 1847. Em 1850, foi nomeado designer chefe na firma H.E. Hoole and Co., firma da cidade de Sheffielf especializada em fogões e lareiras de ferro fundido e trabalhos em bronze. Na Hoole and Co., Stevens produziu desenhos para trabalhos em metal, em faiança (louça de barro coberta por um esmalte opaco e estanífero), em ornamentos de terracota e peças de chaminés, dos quais muitos foram premiados. Seu design de maior destaque na Hoole and Co. foi a lareira “Proserpine” (fig. 1), cuja abordagem, com ornamento pouco ou finamente detalhado, incorporando inovações técnicas para reduzir a perda de calor e aumentar a eficiência, era notável. (HESKETT, p. 8). 


Figura 1. Lareira "Proserpine" 

Para a Grande Exposição, Stevens projetou um aquecedor de ar (fig. 2), com a mesma preocupação em conciliar ornamento e utilidade, seus padrões de folhagem perfurados revelavam ao altos níveis de fundição que tornaram a firma conhecida, além disso, eles funcionavam como saídas de ar quente (HESKETT, p. 9)

Figura 2. Aquecedor de ar.

Como escultor, o arco de Green Lanes foi uma de suas maiores realizações. A obra foi ladeada com dois painéis de bronze com esculturas de figuras com o tamanho próximo do natural, olhando orgulhosamente para o público. Alfred Stevens foi uma grande influência para outros artistas e arquitetos em Sheffield, especialmente para Godfrey Sykes.

Ele morreu em Londres, de exaustão por excesso de trabalho e está enterrado no cemitério de Highgate.



Fontes e Referências Bibliográficas:

CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Edgard Blücher LTDA., 2004, 2ª edição, p. 10 - 13.

HESKETT, John. Desenho industrial. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998, p. 10 - 26. 
http://www.biomania.com.br/bio/?pg=artigo&cod=1673
https://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Le_Brun


https://en.wikipedia.org/wiki/Alfred_Stevens_(sculptor)


http://collections.vam.ac.uk/item/O172538/finial-of-a-fire-dog-sketch-model-alfred-stevens/

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